Como já falamos
anteriormente aqui no blog a ansiedade pode ser um estado afetivo normal e é
vantajoso responder com ansiedade a certas situações ameaçadoras. Então, será
que sentir-se ansioso antes de uma apresentação na faculdade é patológico? Não
necessariamente, pois a resposta ansiosa faz parte do sistema adaptativo de
sobrevivência, sendo um legado evolucionário cuja importância não deve ser
subestimada, desempenhando importantes funções em muitas situações.
Seria quando
a resposta a determinado
estímulo é inadequada, em virtude de sua intensidade, duração e sintomas, desta
forma, paralisa o indivíduo, traz prejuízo ao seu bem-estar e ao seu desempenho
e não permite que ele se prepare e enfrente as situações ameaçadoras.
CARACTERÍSTICA PRINCIPAL: medo
persistente e excessivo de ser criticado e julgado em situações sociais ou de
desempenho.
As
pessoas que sofrem de fobia social têm a expectativa
de que serão avaliados negativamente em situações onde tenham de desempenhar
ações sendo observados, com medo de se sentirem embaraçados; ficam ainda
assustados quando alguém nota seus sintomas de ansiedade (rubor facial, tremor,
sudorese, entre outros). O medo dessas situações e a ansiedade provocada quando
têm de ser enfrentadas é tão intenso que leva o indivíduo a evitar atividades
em público e situações onde tais possibilidades possam surgir.
A tabela a seguir demonstrará as situações mais comuns que podem
provocar ansiedade nos fóbicos sociais:
DIAGNÓSTICO
No Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais, 4a edição
(DSM-IV), a fobia social está incluída nos "Transtornos de
Ansiedade"; na Classificação Estatística Internacional de Doenças e
Problemas de Saúde, 10aRevisão (CID-10), na classificação de
transtornos mentais e comportamentais está agrupada como "Transtornos
Fóbicos de Ansiedade". Uma comparação dos critérios diagnósticos para
ansiedade social pode ser vista na tabela:
A
fobia social possui dois tipos básicos: a circunscrita,
isto é, restrita a apenas um tipo de situação social. A pessoa teme, por
exemplo, escrever na frente de outros.
O
segundo tipo é a generalizada, que se
caracteriza pelo temor a todas ou quase todas situações sociais. A esquiva é importante para o diagnóstico, e em casos
extremos pode resultar em um total
isolamento social.
TEM
TRATAMENTO?
Atualmente, os estudos
indicam que muitos fármacos possam ser úteis no tratamento deste transtorno. Os
ISRS (inibidores seletivos da recaptação da serotonina) são hoje a primeira
escolha, e provavelmente, os benzodiazepínicos a segunda escolha no tratamento
da fobia social.
Entre 35-65% dos
pacientes respondem ao tratamento em 2 a 3 meses, embora, como regra, persistam
ainda sintomas residuais. Neste sentido, a combinação de TCC (terapia
cognitivo-comportamental) e farmacoterapia é uma alternativa no tratamento da
fobia social em adultos. Ainda não está claro o quanto um tratamento
farmacológico bem sucedido auxilia no restabelecimento do funcionamento normal
das atividades dopaminérgica e serotonérgica.
Vários fatores como o subtipo de fobia social, presença de comorbidade,
história de tratamento prévio, preferência do paciente e efeitos adversos devem
ser considerados na escolha do fármaco.
A efetividade da TCC na
fobia social em adultos está documentada em pelo menos cinco estudos de
metanálise. Há melhora no medo de interação e de performance sociais, mas
também da incapacitação e depressão associadas.
RELEVÂNCIA
MÉDICO-SOCIAL
- Embora não seja considerado um transtorno incapacitante, é reconhecido como passível de acarretar prejuízos graves em diferentes áreas da vida;
- A idade de início do quadro se dá na adolescência ou na infância;
- Estudos retrospectivos apontam para um curso crônico de difícil remissão espontânea;
-Guilherme
Pimentel-
REFERÊNCIAS:
GOUVEIA, J. P. Ansiedade social: da timidez à fobia social. 2000. Disponível em: < http://baes.sdum.uminho.pt/handle/1822.1/173>. Acesso em: 14/06/2015.
NARDI, A. E. O tratamento
farmacológico da fobia social. Rev.
Bras. Psiquiatr. 1999. Disponível em: < http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44461999000400015>.
Acesso em: 14/06/2015.
NETO, T. P. B. Fobia social: perfil clínico,
comorbidade e diagnóstico
diferencial. Disponível em: <http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol27/n6/artigos/art309.htm#inicio>. Acesso em 14/06/2015.